Negro!
Venha cantar um novo samba,
Venha com a corda e a caçamba,
No banzo a cantarolar.
Chega aqui, na nova terra hospitaleira
Tristonho numa nau negreira,
Pensando em Madagascar.
Negro!
De melanina brava e forte,
Encara a dor, despreza a morte,
Ao avistar a Santa Cruz.
Ó Zumbi, vem respirar nômades ares!
Montar quilombo em Palmares,
Vem florescer em grande luz.
Negro!
Encara a fera e a chibata,
Encara o açoite em plena mata,
Do sol ardente ao vendaval.
Em surgir,um canto triste na senzala,
Em alto brado canta e cala,
Assim nasceu o carnaval.