Pairando em pleno ar, vidas perdidas,
Revivem ressupino, um albatroz.
São lágrimas funestas e sofridas,
Logrando peripécias mal vividas,
Levando um sentimento rude e atroz.
São vidas que não vivem neste mundo,
Pertencem ao voraz; coisa ruim.
Desprovem de prazer e amor fecundo,
Sem senso de fulgor belo e profundo,
Sem início, sem o meio e sem fim.
São vidas meramente flutuantes,
Sem arrependimento e sem perdão.
Nos pávidos rubores, são silentes,
Carregam malfajesos salientes,
E pérfidos amores na paixão.
São vidas flutuantes recidivas,
Dispõem nos semelhantes, rudes ais.
Ardumes tão mortais quão águas-vivas,
Camuflam muito bem, são bem furtivas,
São seres insensatos; marginais.