Me vi em pleno Marte, ressupino,
Singrando nas estrelas lá do céu.
Provindo um lindo sonho de menino,
Eu vi a Lua clara quão um véu.
Me vi em pleno Sol me abrasando,
Queimando as gotas do meu pensamento.
Em Júpiter, me vi, livre e sonhando,
Com as alucinações do firmamento.
Mercúrio deu à mim um grande aviso:
A vida neste mundo, não é lar.
E eu num pensamento bem conciso,
Chorando bradamente , quis voltar.
Me vi lá em Saturno, belo, lindo,
Netuno, com ciúmes, pôde ver.
Plutão, então ficou me perseguindo,
Me vi aqui na Terra, a escrever.