Sinhá preta

Vai descendo a ladeira,

Sinhá preta, vó guerreira,

Sem cansaço, a labutar.

Preta velha da senzala,

Luta muito e não se abala,

Pra a alforria conquistar.

Seu amor é o negro forro,

Preto velho lá do morro,

Um amado sem igual.

Sinhá preta, já cansada,

Vai seguindo a longa estrada,

Com fascínio genial.

Sinhá preta lá do gueto,

Põe a fé no amuleto,

Seu sagrado patuá.

Ela sonha em liberdade,

Vive na ansiedade,

Desse sonho consagrar.

Sinhá preta, vive insone,

No terreiro, é cambone,

Gosta de sarapatel.

Corre atrás de um desejo,

Valoriza o seu ensejo,

Brilha mais que a luz do céu.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 16/02/2023
Código do texto: T7720662
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