Tem algo aqui dentro de mim gritando, alto
Eu fico em silêncio num barulho cercado
Tantos raios na tempestade me dão medo
E eu estou a postos com a coragem, batendo de frente no meio da folia como apoio.
Não tem como separar o trigo do joio nessa tonelada de adversidades.
Entre mentiras e verdades.
Povo fantasiado de anjos e de diabos.
Eu observo o descaso do povo com a própria natureza
Que reage com temporal.
Algo me diz para escrever o que eu penso, não posso fazer.
O próprio caos de uma noite longa é o segundo
A cabeça dói e o corpo pede descanso.
Vejo um senhor de mais idade jogado na calçada e me pergunto se está cansado da noite ou das noitadas.
A imprudência é tão feia e anda tão bem acompanhada.
Meus olhos acompanham a chuva e meu coração clama pelos lugares sofridos.
A chuva apenas cai e um Rio nasce sem maldade.
Arrancando tudo pelo caminho como se estivesse seguindo seu fluxo e nós que estamos no caminho errado.
Eu clamo a Deus pelos meus irmãos e por mim.
Longe em algum lugar alguém chora perdas
E eu me sinto triste por admirar a chuva que para muitas pessoas traz dor.
Será que em algum lugar alguém constrói uma barca?
Tipo Noé nos fins do tempo.
Meu coração sente tanto
Então eu preciso escrever para aliviar
Eu tenho a fórmula de um grão
Mas não tenho como fazer uma plantação
A solução perfeita é rezar
E esperar que tudo fique bem entre a luz e a escuridão.
Eu vejo uma brecha num clarão.
Além da vida eu vou viver
Eu estou voltando, eu vou indo e voltando
Nesse círculo o qual é a vida é simplesmente viver.