“Só deixo
O meu Cariri
No último
Pau de arara”
Enquanto
Menina,
Pés descalços
No chão
Aqui no sertão,
Cada um
Tem um sol
Pra si
Frente
Na luta,
Desarmada,
Sem rival
‘Inda pergunto
A Deus do céu,
Por que foi
Que eu nasci
Sofrimento,
Tudo, tudo
Tão difícil
De entender
No chão
Que queima,
Eu vivo aqui
No sertão
Não sei do tempo,
Mas sou tudo,
Tudo de
Sobreviver
O céu não chove
Nem traz
Sombra
Pra esconder
Nesse meu
Canto,
Sem saliva
Pra oração
Um coração
Que só
Entende,
De Sentir
A minha gente
Fugidía,
Chão rachado,
Que aflição
Foi-se
O meu tempo,
E andei vivendo
Por aí
Sentimentos,
Tudo, tudo
Tão difícil
De entender
No chão
Que geme,
Eu vivo aqui
No sertão
Não vou embora
Que acredito,
De verdade
Nesse chão
Eu que bem sei,
Deus vai mandar
Fartura grande,
De porção
“A vida aqui
Só é ruim
Quando não chove
No chão”