Trago no olhar o horror do imenso medo
que me ameaça e, sempre que me invade,
desanca o tempo que antes era quedo,
deixando sem razão qualquer verdade!
Um grito mudo surge e um gosto azedo,
dentro da boca, acirra a ansiedade,
nesse perecimento eu só me excedo
e a paz etérea que sonhei se evade.
Em cada vulto vejo um inimigo,
no que era azul impera um fogaréu,
tudo me afeta, até a cor do céu!
A realidade não está comigo,
não sigo, não respiro, perco o norte,
só grita em meu semblante a dor da morte.
Janete Sales Dany
Atividade
FÓRUM DO SONETO
TRILHA DE SONETOS
LXXVI- DIÁLOGO COM A
PINTURA
"O GRITO - 1893",
de Edvard Munch.