Ah! inexprimíveis pomares
Voltados para a face do norte
Doces são os teus mistérios
Que com graça e formosura
Nos faz versejar
E saborear o néctar de seus encantos
De teus elegantes e perfumados jardins
Que de paz e simplicidade o coração faz transbordar.
Dádivas do Criador!
Suas árvores frutíferas
Provenientes do ovário da flor
Nos deleitamos em aromas e sombras
No cantar harmônico dos pássaros
E na presença afetuosa do beija-flor.
O sol que vai lentamente revelando-se
Pelo ouro que vai derramando
É a luz que faz germinar
A terra fértil e cheia de vigor
Crescem e florescem
Em diversos sabores, cores e consistências
A fruticultura refinada do amor.
As divinas cerejeiras
Com seu porte majestoso
Recheadas de flores brancas no verão
Com seu aspecto primoroso.
E os delicados morangueiros
Doces rosáceas, vermelhos da paixão
E no bailar dos ventos cortantes
De pessegueiros, figos
Amoras e jatobás
São apreciadas e rabiscadas
Pela poetisa apaixonada
E suas páginas salpicadas pelo mel
Dos suaves romãs de carmesim
E dos saborosos frutos de maracujá
Celebrando os versos frescos de frutose
Numa dança compassada das palavras e do amor.