Meu sertão é assim,
Cheio de vida e de cores,
Tem borboletas, flores e plantas
Que fazem da gente criança ao revê-las.
A chuva cai no mato viçoso,
O arco íris repleto de cores
Risca o céu devagar!
O rio, sereno e calmo,
Na areia da praia a tocar,
Como se fosse o beijo de alguém
Que de repente vem
A saudade afugentar!
Ah! Como é bom ver a mata
No silêncio crepuscular,
O sol atrás das montanhas
Igual a um menino risonho
Quando vai se deitar,
Dando adeus ao horizonte
E aos peixinhos da fonte
Com os últimos raios a brilhar
As gaivotas pardais e andorinhas,
Sob o céu a revoar,
Despedindo-se do dia,
E envolvendo-se na magia
Da noite que vai chegar!
E serena, cai de mansinho,
Aninhando os passarinhos
Que estão a lhe esperar.
A lua, fiel companheira,
Vem as pradarias banhar!
No meu sertão é assim,
Até os pirilampos vivem a trabalhar
Iluminando as noites escuras
Para a lua ir descansar!