Ah, se todos pudessem
Lê o diário das minhas loucuras
Ficariam extasiados
Eufóricos em labaredas
Sobrevoariam em liberdade
Embrenhados de amor
Meu diário
Está emparedado com minhas façanhas
As mais altivez das loucuras
As palavras saltitavam
Percorriam as linhas
Em sabores afrodisíacos
Lábios trêmulos na salivação
Coração em palpitação
Nos toques calientes
Ah, o corpo jorrava felicidade
Saciava nas labaredas
Encantos pertinentes
Percorria nas curvas
Doces enroscadas
Gemidos sedentos
Diário diário diário
Leva consigo as fantasias e segredos
As minhas loucuras bem vividas
Os desamores, as ilusões
Os amores...interligados as mãos
Ainda bem, que meu diário
Está emparedado
Selado com minhas santices e alucinações
Desta vida levarei
O que fiz por mim
O que deixei no encanto
A tara em pele ousada
Minhas loucuras
As façanhas bem aproveitadas
Ah, em alta madrugada
Dirigia meu jeep
Somente minha pele
Sem uma alma nos observando
O medo excitava
O vento cortava frio
No frescor da madrugada
A voz embriagava a tara
O sangue pulsava a emoção
A boca sedenta
A liberdade em êxtase
Devorando a pele
Saciando o chafariz
Entrelaçando a carne
Eu sou...
A mulher que emparedou seu diário!