A ponte
liga um lado
ao outro.
Separadas no mesmo elo,
a abundância
e a miséria
caminham juntas,
sob o signo
da intolerância.
Uma não conhece
a existência da outra.
Perfumes
incendeiam as verves
nos olhares,
absortos.
Pensares
focam
as metas dos ganhares...
vencer a qualquer custo
no mundo tingido
pelo capital.
Sob o outro braço
da ponte...
embaixo do viaduto,
os rejeitos do estreito mundo,
Distância abissal!
Famílias amontoadas
Pais desempregados
Bebês enclausurados.
Dois mundos separados...
unidos pela mesma ponte.
Um gemido...
um escárnio
da sociedade em pedaços.
Nenhum laço...
nos olhares
doutro braço!
Escárnio do sentimento.
Lágrimas do pensamento!