Só um coração grandioso e puro,
Mesmo em tempestade e apuro,
Olha ao seu semelhante
E a qualquer instante
Lhe estende as mãos.
Da sua fonte infinita
Sempre jorram atitudes bonitas
Que lavam e perfumam
O chão dos seus passos
Repletos de traços
De bondade.
Raridade, neste mundo cruel
Que só as forças lá do Céu
São capazes de combater.
Mas entre tantos espinhos
Ainda nascem flores
Que nos remetem a carinhos
E a jardins cheios de amores.
Só alguém de coração puro,
Jorra luz neste mundo escuro
E o faz valer a pena,
Por que quando a alma não é pequena,
Sua luz ilumina
Até do outro lado do muro.
Ênio Azevedo