Inspirado em "Meus oito anos", de Casimiro de Abreu, um dos poemas que mais gosto.
"Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[...]
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Ah! Que saudade que eu tenho
Do tempo que eu era filha
Era uma maravilha
Ter o amor dos meus pais.
Sentir-me protegida
Acordar com a mesa arrumada
Saber que eu era amada
Uma vida boa demais!
Naquele tempo eu achava
Que tinha preocupação
Mesmo tendo toda atenção
Queria crescer, ser independente
Dar o grito de liberdade
Nem sabia o quanto eu era feliz
Que a hora de ser dona do meu nariz
Chegaria tão rapidamente.
Que saudade do meu tempo de filha
Da mãe ter colo quentinho
Do pai ter todo carinho
Saber que eles estavam por perto
Sempre me auxiliando
Em caso de necessidade
E me protegendo de toda maldade
Ensinando o que era errado e certo.
Meus pais, minha irmã e eu
Vivíamos com simplicidade
Mas havia fé e verdade.
Aprendemos a respeitar a pessoa
A amar e crer em Jesus
Aos nossos pais obedecer
Dos valores não esquecer
Era uma vida tão boa!
Ai que saudade que eu tenho
Do tempo que eu era filha
De toda a minha família
Dos nossos Natais animados
Risos, música, presentes
Mesa com aromas e cores
Tanta conversa, tantos sabores
Perto dos meus amados.
Hoje esse tempo passou
Dele só resta a lembrança
Desse meu tempo de criança.
Agora sou mulher, mãe, profissional
Apesar de ser uma pessoa feliz
Não faltam responsabilidades
Tento suprir as necessidades
Ser forte em tempo quase integral.
Hoje troquei de papel
Sou mãe, que grande alegria!
Tento ser boa companhia
Ensiná-la a seguir sua trilha
De forma feliz e saudável
Dedico meu amor e carinho
Para que também ame o seu ninho
E seu tempo de filha seja uma maravilha.
LuCosta
Gratidão ao amigo Roselves Alves por mais uma vez dar vida ao meu poema com sua bela voz.
Ouçam o áudio.
Mais uma valorosa interação do meu amigo Chico.
A saudade dói demais,
Aqui dentro de meu peito,
Somente sonho e nada mais,
Levo a vida deste jeito.
(Chico Mesquita)