Brisa que toca na relva
Encanto dos olhos
Do meu velho pai
Debruçado na janela
Olhos embrenhados
Agraciando o dia chegar
Ao cair a noite
Cigarras cantavam
Anunciando o entardecer
Meu corpo arrepia
Lembrando-me das melodias
Cantadas pelo meu pai
O frio da relva
E as lágrimas caindo
Ofuscava a visão
A paisagem admirar
Chora o peito
A dor da saudade
Da velha palhoça
Nas manhãs
Fogão de lenha
E o cheiro do café
Anunciava o amanhecer
Felicidade reluzia
Nem se notava o tempo passar
Já se faz longos anos
Do último adeus
Minha mãe segue a vida
Driblando a saudade
Seu cheiro
Como rastro de poeira
Nas lembranças dói o peito
Da pequena palhoça
Seu canto disse adeus
Saudades coisa triste
Deixando na relva
A essência da vida.
Val Bernardin