o cantador longe da viola
é pura tristeza, dissabor
anda no fio da navalha
na corda bamba do amor
de pés e mãos amarrados
vive em silêncio profundo
definha como um desterrado
das periferias do mundo
não distingue cheiro nem cor
do poço já conhece o fundo
parece um filme de terror
rodado no pior dos submundos
quando parece que nada mais
faz sentido nas terras do coração
o nó da garganta se desfaz
em melodiosa canção
orando a Deus com devoção
cria as modas do cancioneiro
devolve ao cosmo a alegria
de ser na vida um violeiro
toda a paz que a paixão nos traz
reflete o teor de sua poesia
é livre o destino de quem faz
do amor sua eterna moradia