O rio era escuro, mais que à alma.
De negra luz, com gosto amargo,
afagando a lembrança espalma,
um cigarro expulso pelo trago.
Mergulhado entre sapos e demônios,
apavorei-me, suplicando pela vida.
Mas todos, me eram antônimos
e pouca luz, não trazia à querida.
Fenecendo com a boca escancarada
de dor, lembranças e esquecimento.
Por mais, que tome tanta porrada.
Plúmbeas nuvens, chuva atormentada...
Vi seu doce rosto, um sutil firmamento!
Coragem enfim, à morte anunciada.
Sao Goncalo/RJ, 19.08.20
Colaboração: RMVB