O POETA E A MADRUGADA
Sem ter sentido para o materialista,
Pela noite segue a poesia, luminada
Pelos raios do universo. É o poeta o avalista
Do efeito dessa mensagem condensada,
E à excêntrica maneira, faz-se analista
Atento da sua atitude, e repassada,
É posta à prova, e põe-se o poeta como o artista
Mostrando a sanidade da madrugada...
Questiona, assim mesmo, a emoção calculista
Da validade que faz a mão enrugada,
O sono que vem só depois que rabisca
Seus versos, código e mensagem captada,
Publicada sem orgulho exclusivista...
Relê a poesia e sorri de alegria do nada.