Depois de você o motim das horas destruiu o sistema.
Nada importa: a única coisa que está é a tua ausência,
que mesmo sobre uma alta dissidência ainda alimenta
esta febre fria e que, intensa, delira por entre o silêncio
da cabeceira toda vazia e de todo o vazio de um poema.
Fecho os olhos e as pálpebras são claras telas de cinema
da tua película em p&b que exibe somente uma sequência:
a de duas estátuas de sal na beira do mar da noite sedenta.
Em você me enxaguei. Me centrifuguei. E na tua algema
invisível de líquidos eu me condenei sob a tua sentença...
Depois de você eu me debati em preces perto da ampulheta;
o tempo longe de você é asfixiante. É uma dor de urgências.