Naquela manhã fiz tudo que sempre fazia,

Tomei o café, folheei o jornal e logo já saía.

Mais um dia de trabalho, mais um dia de correria.

Só que algo estava predeterminado, mas isso eu não sabia.

Chegando na estação, tudo igual, as mesmas caras.

Há dois anos a mesma rotina, as novidades eram raras.

Em pouco tempo de viagem, cochilei. Até aí tudo normal.

Só que o sonho que sonhei não foi sonho, foi real.

A personagem dos meus sonhos estava ali, ao meu lado.

E, sentindo o maior prazer, recebi o seu afago.

Fiquei perplexo, procurando alguma explicação.

Quando dei por mim, era hora de saltar, chegou minha estação.

Mas, desse sonho eu não quis sair, fiz-me de desentendido.

O trem pôs-se em movimento, seguindo seu destino.

Fiquei preso nos braços dela, sentindo o seu calor.

Dei-lhe um beijo apaixonado e segui viagem com meu amor.

Jeronimo L. Madureira

15/09/1998.