QUAND VOUS SEREZ BIEN VIEILLE // SONNET RONSARD

Publicado por: Esther Lessa
Data: 06/04/2020
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

QUAND VOUS SEREZ BIEN VIEILLE/ AUTORIA / PIERRE DE RONSARD TRADUÇÃO E DECLAMAÇÃO ESTHER LESSA FUNDO MUSICAL / MOZART Mozart Piano Sonata No 11 A major K 331, Daniel Barenboim
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QUAND VOUS SEREZ BIEN VIEILLE !/ RONSARD

DEUS SEJA LOUVADO !

QUE A GRAÇA DO SENHOR JESUS SEJA SOBRE TODOS NÓS !

JESUS ! - NOME QUE SALVA !

JESUS ! – ESTRELA DA MANHÃ

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“ PORQUE EU, O SENHOR TEU DEUS, TE TOMO PELA TUA MÃO DIREITA, E TE DIGO: NÃO TEMAS, QUE EU TE AJUDO !“ISAÍAS 41:13

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Uma análise do poema de Ronsard

Quand vous serez bien vieille !

Pierre de Ronsard

Quand vous serez bien vieille, au soir, à la chandelle,

Assise auprès du feu, dévidant et filant,

Direz, chantant mes vers, en vous émerveillant :

Ronsard me célébrait du temps que j’étais belle.

Lors, vous n’aurez servante oyant telle nouvelle,

Déjà sous le labeur à demi sommeillant,

Qui au bruit de mon nom ne s’aille réveillant,

Bénissant votre nom de louange immortelle.

Je serai sous la terre et fantôme sans os :

Par les ombres myrteux je prendrai mon repos :

Vous serez au foyer une vieille accroupie,

Regrettant mon amour et votre fier dédain.

Vivez, si m’en croyez, n’attendez à demain :

Cueillez dès aujourd’hui les roses de la vie.

Pierre de Ronsard, Sonnets pour Hélène, 1578

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Tradução //Esther Lessa

Quando fores velhinha // Pierre de Ronsard

Quando fores velhinha, à noite à luz de vela

Sentada junto ao fogo, estirando o fio e fiando

Dirás,cantando meus versos,maravilhando-te:

Ronsard me celebrava no tempo em que eu era bela !

Então, não haverá serva,ouvindo isso,

que já depois do labor, meio sonolenta,

ao som de meu nome, não se vá despertando,

abençoando teu nome com louvor eterno

Eu estarei sob a terra e fantasma sem ossos:

Pelas sombras mirtosas tomarei meu repouso:

Estarás no lar, uma velha encolhida,

Lamentando meu amor e teu orgulhoso desdém

Vive, se me crês, não esperes pelo amanhã :

Colhe desde hoje as rosas da vida !

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Poema escrito para

Hélène de Surgères e publicado em 1578

Versos Alexandrinos

A fuga do tempo é tema constante nos poemas Líricos e Românticos. E sempre há a associação à fragilidade da beleza física que como na rosa, logo se desfaz.

Entretanto, enquanto nos poemas amorosos, sobejam os termos positivos, neste de Ronsard, há alusões a “bela,” eterna,” mas chegando a ambigüidades quando diz que

“lamentando meu amor e teu orgulhoso desdém “

(primeiro verso do segundo terceto)

Numa paradoxal e avessa estratégia de sedução, Ronsard, pinta um quadro sombrio e enfeiado, da velhice solitária e dentro desse quadro, coloca a mulher que quer conquistar.

Usando o particípio presente para conferir monotonia e peso aos trabalhos cotidianos domésticos, entra sutilmente na temática de Horácio, o CARPE DIEM, o “ HIC ET NUNC” Aqui e agora!

” Vive ...não esperes o amanhã...colhe desde hoje ,as rosas da vida “(Os dois últimos versos do poema. )

Aqui ele usa o imperativo, como a ordenar mesmo, a atitude que deseja. Antes que envelheça e não tenha mais quem a queira

Mas ele começa o soneto, projetando a feiura da mulher, velha , encolhida, junto ao fogo, desenrolando o fio e fiando(P Presente) ;e ainda na primeira estrofe , rima belle(bela) com Chandelle(vela),numa clara alusão à brevidade da beleza, tal qual a chama de uma vela.

Ainda na primeira estrofe, faz sua musa evocar os tempos em que ele, o poeta célebre, a celebrava em sua beleza. Pra isso usa o Tempo Imperfeito

“...o tempo em que eu era bela....”

(quarto verso da primeira estrofe)

No primeiro terceto, ele se coloca já fantasma, sem ossos,e traz nitidamente a figura de Afrodite, ao omitir a palavra morte. Mas trazendo “sombras mirtosas”

“Pelas sombras mirtosas tomarei meu repouso”

(segundo verso do primeiro terceto )

A mirta é um símbolo de Vênus ou Afrodite, E por via de conseqüência, da Beleza,tema apreciado e usado por Ronsard.Deusa da Beleza e do Amor, na Mitologia Romana

E assim, ele contrapõe a imagem da musa aniquilada pela velhice e seu poeta morto, à musa do momento presente, do hoje, que deve saber aproveitar sua juventude enquanto pode! E enquanto seu poeta a celebra!

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Fontes

Sites de estudos de Literatura Francesa

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“Pierre de Ronsard (11 de dezembro de 1524 — 27 de dezembro de 1585) foi um poeta renascentista francês nascido no castelo de La Possonnière, condado de Vendôme, é o principal representante da La Pléiade, grupo de poetas cujos principais modelos foram os líricos greco-romanos e italianos, de grande importância na renovação da literatura francesa.”

Wikipédia / enciclopédia livre

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OUÇA A DECLAMAÇÂO DO SONETO EM FRANCÊS E SUA TRADUÇÃO!

OBRIGADA!

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Querido poeta FRANCISCO DE ASSIS GÓIS, "que demais!" , digo eu,sem palavras, para agradecer tanto saber e tanto carinho que de ti emanam !

Obrigadíssima!

COMENTÁRIO EM DESTAQUE

Que demais querida poetisa! Que poema lindo, profundo! E os comentários então! Tudo impecável e adornado com sua magnífica voz e magistral declamação. Não tenho palavras suficientes para elogiar, só me resta levantar e aplaudir! BRAVO!!!

O Tempo

Sobre ele Santo Agostinho filosofou:

"Se o presente só surge para virar passado, não daria para dizer qu

o tempo é uma caminhada rumo a não existência?"

Para John Wheeler, um renomado físico do século vinte, "ele é um

jeito que a natureza deu para não deixar que tudo acontecesse de uma

só vez."

Albert Einstein fundamentado na física e matemática afirma:

"Uma ilusão! A distinção entre passado, presente e futuro não passa

de uma firme e persistente ilusão."

Já segundo Mario Quintana, "o tempo é uma invenção da morte:

não o conhece a vida - a verdadeira -

em que basta um momento de poesia

para nos dar a eternidade inteira".

Imaginem! ... Para o poeta, basta "a saudade para parar o tempo"!

Ah, esses poetas... são seres iluminados!

Não importa se com versos, pintura ou fotografia,

Que mundo maravilhoso eles nos proporcionam...

Nos trazem o passado... e até o futuro, hoje em dia

Para nós, aqui, agora, no presente!

E é o presente, a única fração do tempo,

Que realmente nos pertence.

Mas para mim, apesar de implacável, o tempo é justo...

Nem bom, nem mau.

Ele é apenas o justo meio pelo qual toda matéria passa...

Assim, totalmente democrático e imparcial,

Nada dele consegue se esconder...

Seja animal, mineral ou vegetal.

Por ele passa com a mesma igualdade fria

Tanto a mucama quanto a princesa,

O prazer, o amor e a alegria,

Assim como a dor o rancor e a tristeza.

Às vezes chego a pensar nele como sendo...

A própria Onisciência e Onipresença de Deus...

O OLHO QUE TUDO VÊ.

(Francisco de ASSIS de Góis)

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DEUS TE ABENÇOE!

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Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 06/04/2020
Reeditado em 09/04/2020
Código do texto: T6908860
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