Será que fomos enganados?
Ou será que nunca quisemos ver?
Para o cosmos assim tratados,
Poeira que se imaginou outro ser
De rotinas a encher nosso dia
Dos compromissos que acreditávamos importantes
De repente nos é forçada uma calmaria
Para lembrar do quão somos insignificantes
Quem sabe somos aquela poeira
No caminho deserto da existência
E o movimento nos fez pensar de outra maneira
Imaginando termos alguma preferência
Seria um carro que passou e começou tudo
Mas se afasta seguindo seu caminho?
E na solidão, espaço para estudos
Será que não ficamos sozinhos?
No decanto, para todos o chão como destino
E em toda convicção uma quimera
Vamos ser leves como meninos
Para pesados prioridade e para leves uma espera
Assim demoramos mais e pesados caímos mais cedo
Mais alto nossa vista pode ser privilegiada
Quem sabe o horizonte nos conte um segredo
E de longe identifiquemos algo vindo na estrada
Ou talvez o medo de que no movimento
Levando uma vida apressada
Se perca a aula deste momento
E estas pérolas não tenham servido para nada
Mas a esperança nos graça com uma certeza
Não que isto seja a garantia da melhor conclusão
Hoje o amanhã não se põe na mesa
Mas viver com fé acalma nosso coração
Existirá um depois?
Se existir, haverá alguma divisão?
Não seria a carroça na frente dos bois?
Na velocidade, uma desarmonia com o coração?
Desacelerando estamos recebendo uma chance
Aproveitá-la é a grande questão
Para conseguir ouvir o coração e suas nuances
Quiçá escutemos uma mensagem de amor como sugestão
E o Paraíso não seja algo num tempo e endereço distante
Que uma busca louca nunca parece alcançar
Quem sabe no GPS do coração, um informante
Dizendo que pode ser agora, aqui neste lugar.