CONTO DE VERÃO
André tropeçou ao se aproximar de Gisele para apertar sua mão. O encontro no parque, marcado por amigos em comum, poderia ter sido um perfeito desastre. No entanto, havia algo no jeito desleixado de André que a deixou à vontade. Ainda que nenhum deles iniciasse a conversa, o silêncio não pesava. E, talvez por isto, permaneceram calados observando o vai e vem das pessoas em suas bicicletas e patins.
Quando o sol estava indo embora, André sorriu e quis saber:
— Amanhã?
— Estarei aqui.
Além de seus nomes, aquelas foram as únicas palavras que os dois trocaram neste primeiro encontro. Todas as outras poderiam esperar.