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A lenta chuva cai no triste outono
levando embora o eixo da esperança
e o meu grito que silente não te alcança
cala-se no peito que já deseja o sono.
O meu curso vai ser o da gaivota
que volta ao ninho casta e baleada:
-gastou sua vida e não obteve nada,
tanto voou e no entanto ficou imota.
Do fado foi a promessa –acho que a fez-
de ser eterna a etérea primavera,
mas veio o fim da áspera jornada:
-inoportuno é semear mais uma vez...
aliás é tarde, a quietude espera
e doce o infinito se aproxima: -Adeus, amada!
Esse poema se encontra também no meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.