Subir
É bom subir, mas, nunca ter vertigem
Ante o perfume que o poder trescala,
Pois que é uma só de todos nós a origem,
Comum é o fim na podridão da vala...
Subamos sim... É meritória a ânsia
E o desejo sadio de vencer,
Sem esmagar e sem medir distância...
Sem traçar paralelo e escarnecer
Simplesmente subir, sem olvidar,
Jamais, aquele que esmagado luta
Sob a pressão de um mundo singular,
Onde é alavanca e pedestal marcante
Ao que subiu e do poder desfruta,
Para oprimir, depois, seu semelhante...
Março de 1967.