Guardo, muito bem guardado,
Em meus secretos escaninhos,
A visão dos teus olhos
Descortinando espaços
E guiando o teu corpo
Para o alcance dos meus braços.
Quando os teus olhos eram meus,
Ternamente meus,
E me ofertavam pingentes de luz
Das lágrimas sorrisos...
Guardo em meus escaninhos
Os sonhos dos teus olhos de sono,
Quando o teu sono era meu,
Quando eram meus os sonhos dos teus olhos.
Guardo, comigo, a distância que atribuis
Aos verdejos de teus olhos
Que espero, um dia, revê-los
Em desvelos mais azuis
Não vi – e não suportaria vê-los
Os teus olhos de adeus
Procurando distâncias no olhar de outros olhos,
Jurando a outras juras que nunca foram meus.