RELÓGIO DA ARTE
Desperto-me ao lado dos semi-deuses,
Que ainda deitados, morrem lentamente:
Falta-lhes a nutrição, tecos da arte
Que pesam como essência incandescente.
Mas o tempo, que é mandatário, à parte
De todo movimento astral presente,
Permanentemente, sem ter disfarces
Disponíveis de solução patente,
Perderá de alguma forma a freqüência,
Gerando um relógio estranho e estonteante,
Desafio à totalidade da ciência.
O cérebro, sem saber o que foi ontem,
Pretende a adaptação e a sobrevivência:
Joga o relógio... Há por aí outras pontes...
Soneto para meu amigo Fernando Fernandes.