Viver é ter a suavidade
De abraçar a vida descrita e nua
Num simples encontro
De ideias em versos
Na curva da voz que passa
E interage com o tempo
Numa tarde estreita que sobra
Na parte da palavra que traz prazer
Quero deitar na noite um sonho
Coberto pelo orvalho em desenhos
E num jardim da vida
Abre-se uma janela sem forma
E falo com Deus segredos
Postados na cicatriz da minha alma
Que se ergue no sentido da fé
Lembro da lua cheia de luz
O afeto dialoga com o silêncio azul
Numa viagem que rabisca o tempo
Para que a luz venha em raios
Mostrando a sombra que brilha
Na serena imagem da água
Sinto falta do que ainda não fiz
Tudo que sei e não sinto
Num ato de um encanto raro
Gosto de ler na chuva
Para escorrer em gotas na ausência do dia
E seguir como lágrimas suadas no tempo
Pelas minhas células alucinadas
As flores penetram em meu silêncio
Numa dualidade inerente
Voltando ao jardim da vida
De tantos sonhos
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