...Quando a vida muda a forma...mas jamais transforma a alma...
Outro dia...de repente
Meu Nanquim descoloriu!
E quando da tela sumiu,
Um sorriso se lhe abriu...
E seu rosto esfumaçado
De semblante apagado,
Tomou forma de palhaço!
E de súbito...me sorriu.
Enxuguei-lhe a velha lágrima,
E mostrei-lhe nova invernada!
-Mas é esse o picadeiro?
Perguntou-me bem brejeiro!
-É a vida –ora essa!
Vai com calma...não te apressa!
O que o Nanquim não sabia,
É que troquei sua...fantasia!
Repintei as suas cores..
E escondi todos os horrores!
Remendei velhas cortinas...
Disfarcei a sua sina.
Um vermelho na sua boca...
Reformei sua voz rouca!
Retoquei o seu enredo!
Chega de desassossego...
-Não és mais Pierrô Nanquim!
És agora...o meu Carmim...
Vê se faz alguém sorrir!
Elevou as sobrancelhas,
Reacendeu tênue centelha!
Um sorriso se lhe abriu...
E de si...se despediu.
Só ao despir-se da sua alma...
Recebeu salva de palmas!
O Carmim...só iludiu!