Como vestir-se pro jantar.

Publicado por: Aragón Guerrero
Data: 15/03/2018
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Da minha autoria- Imaginei a solidão profunda após uma separação, um drama urbano que tem como pano de fundo o centro de São Paulo. Aquela coisa de falar sozinho, mania que eu também tenho, e que na verdade é um hábito de solitários.

Como vestir-se pro jantar

Abrir a janela e rever o mundo em sua luz e sua verdade, a cidade acordando, mesmo que se esteja morto por dentro, sem cobranças ou esperas, o rápido conforto de que tudo deve passar , um repentino auto-controle e um frio que afasta o enjôo da solidão.

A dor do abandono, um café e o ponto inicial ,o singular dentro de um plural ,e uma cidade com seus pequenos dramas urbanos , imperceptíveis a olho nú, correndo a cada segundo , pulsando e mantendo vivo o coração da metrópole.

Como vestir-se pro jantar é como buscar força na depressão humana, como não morrer quando o coração teimosamente bate, mas a alma já parou . A própria palavra, consciência viva, retornar a algum ponto , de algum lugar onde já se esteve, numa espécie de "dejavú" , falar consigo mesmo em busca de respostas nebulosas que não se completam. A vertigem da solidão .

Recobrar e se segurar a alguma coisa que faça sentido, uma música que se começa a assobiar, a lembrança de um menino que corre no pátio do colégio, um som que vem da rua ...a esperança.

Abro a cortina da janela,

Vejo a cidade ao acordar

E o arco-iris que desponta,

Me diz que a chuva vai passar,

Vou pro chuveiro ainda tonto

Tomo um café pra despertar

Como se sente um abandono

Como vestir-se pro jantar

Falando alto para ouvir-me

Pra minha voz não se apagar

Me vem a mente uma cantiga,

Que eu começo a assobiar

São os acordes de uma vida

Que ainda preciso ensaiar.

Canção esta da minha autoria, datada de 25/02/2009.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 26/07/2014
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