Recebi do mundo um convite
de criar as cores da aurora
nasce o sol como uma dinamite
que explode em luzes sonoras.
Quando o vento assopra a praga
e proveem estes surdos lamentos
quando o sangue escorre da adaga
que escondido em tal sentimento
é na carne que floresce a chaga.
Nos espasmos do meu mundo escuro
colori-los será o meu intento
rogo a Deus sob a forma de prece
que caçador se transforme em caça
louco o mundo como se ele soubesse
que toda a graça é simples fumaça.
Estou perdido nesta insanidade
que talvez soe como uma poesia
não consigo parar um segundo
toda a doença da m'alma doentia
que me leva para baixo para o fundo.
Porem hoje é tão pouco o que sei
mas só sei que esta dor nunca morre
o mundo todo parece ausente
não tenho como aliviar este porre.
Meus caminhos eu seguirei sozinho
iluminado pelo sol e o seu brilho
muito embora eu não veja a hora
de apodrecer no calor do meu ninho.