Inda me perco, a olhar o infinito,
Lamentando um amor já sepultado,
Mas que vive em meu peito malfadado
E insiste, apesar de tão contrito...
E, então, assim como se fosse alado,
O meu pensamento voa irrestrito
E uns versos suplicantes que recito,
São rebentos do meu coração culpado;
São palavras arrastadas pelos ventos,
Confissão da minha culpa... São lamentos
De quem simplesmente espera o próprio fim...
São uns versos feitos para me punir,
Porque sei que ela já não os pode ouvir
E tampouco há de se lembrar de mim...