ÂNCORA

Sou um mar represado por cerradas comportas

A oscilar minhas ondas em tenaz vai e vem!

Eu nunca acreditei que das águas...a revolta

Poderia apartar, qual a dor que apartei!

Sou o alto oceano...mar de águas profundas...

Uma constante luta sempre a me agitar,

Se aqui na poesia sou um mar que reluta,

Na realidade...sou eu a me represar!

Eu me nego a mim mesma...numa força grotesca,

Que balança as comportas da minha emoção,

Mas se aqui eu navego...num ritmo compassado

Desacato às ordens da minha dura razão!

Coração que se agita...mas navega na sina...

A sempre se atracar nas ondas da paixão.