Numa dessas tardes quentes e luminosas, quando o sol timidamente já se ia , nos encontramos novamente.
Estavam ausentes por quase um ano, desde as flores passadas, e ao olhá-las ainda em tenros botões que já se desnudavam em tênues cores, senti saudades daquele seu colorido espetacular, aonde se mesclavam nuanças vindouras e em cujo mistério eu mergulhava encantada, a fotografá-las na minha memória.
Traziam-me de volta momentos cintilantes de vida!
Assim que passei por elas, naquele humilde jardim da minha infância, uma brisa soprou e carinhosamente seus galhos me reverenciaram.
Respondi ao seu carinhoso sorriso...
Éramos cúmplices daquelas cores que juntas palpitávamos num passado recente, quando a primavera da minha adolescência também desabrochava com a mesma força e igual vitalidade.
Primaveras...são efêmeras, mas reflorescem...
E eu, senti que refloresci, pois embora caladas... ali tive a plena certeza de que as rosas também se lembram...pois havia em suas pétalas gotículas de saudade...