Paz
Nem prantos, nem preces, coroas ou velas,
nem tumba de luxo, de laje marmórea,
nem página aberta a mostrar minha história,
nem cruz prateada, turvando as estrelas;
nem anjos bonitos, de asas ao léu,
nem urna em cimento fincada no chão,
nem corpo sem terra por entre o desvão,
nem alma perdida...longínqua do céu.
Prefiro ser humo e explodir no arvoredo...
Ser flores...Ser frutos crescendo sem medo
cumprindo o princípio da atomização.
E assim ir rolando, sem rumo e sem norte,
sem nunca importar-me com vida e com morte
levado nos braços da imaginação.
Brasília, 11 de março de 2013.