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Sonhei
Deixei de pertencer-me.
Meus olhos deixaram de ser meus.
Hoje, são as pupilas dos teus.
Meu corpo no teu corpo,
o teu dorso conheceu.
Nosso desejo de amar,
o teu corpo no meu corpo;
o teu fogo a me devorar.
Queremos mais,
dos nossos corpos,
o prazer.
No delírio,
meus olhos,
dentro do teu corpo,
pulsava a delirar..
Quero a morte,
viver do olhar do teu olhar.
Na finitude dos corpos,
quero, do teu corpo,
o ápice, o gozar.
Quero tuas mãos no meu corpo;
minha boca em teu olhar.
Quero o doce movimento dos olhares,
sempre harmoniosos,
o desejo de te desejar.
(Nijair Araújo Pinto)
Iguatu, 5 de março de 2017.
10h55min
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