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Infinito de março
Um cartãozinho comprado em qualquer livraria?
Não, não me agradaria.
Um buquê de rosas vermelhas?
Sim, seria interessante.
Uma carta, enviada pelo SEDEX?
Talvez, talvez uma carta.
Uma mensagem que li no Facebook?
Não, não seria algo meu.
Um e-mail com a data de hoje?
Talvez, se fosse lido hoje também.
Uma ligação no início do dia?
Sim, vozes provocam emoções.
Um fotopoema que recebi no WhatsApp?
Não, talvez receba dezenas iguais.
Um abraço aconchegante, com sorrisos?
Sim, olhos não mentem!
Um almoço, regado a elogios?
Talvez, se não fosse a crise.
Um poema gratuito, mas exclusivo?
Sim, você merece!
Atenção redobrada, gratuita?
Sim, é obrigação diária!
Um “Muito obrigado por tudo?!”
Sim, que vire rotina.
Não sei desenhar.
Pintar também não sei.
Não sei declarar imposto de renda.
Declamar gratidões, talvez.
O que talvez eu saiba,
modestamente,
é poetizar festividades,
datas inesquecíveis.
Feliz 8 de março!
Crato-CE, 8 de março de 2017.
6h33min
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