METAMORFOSEANDO
A vida, assim de estalo, de repente
A levou ao chão, como num brusco empurrão
Do que, como ou porquê, se lembra não,
Mas o tombo e consequências não saem da mente.
Por um tempo passou a cultivar sofrimento,
Levantar, forçar retomar tentava,
Mas caía, tentava e caía e ao chão voltava.
As forças se esvaíam, desistir era a palavra do momento.
Desfez-se a família, se foi o emprego.
Os filhos, crianças, pedindo carinhos
Trançavam o único fio com chorinhos
Que a impedia da vida o seu desapego.
Mas a vida, de estalo, do mesmo modo, de repente,
Num sopro, não soube como, como alento
Deu-lhe um amigo que a olhou atento,
Estendeu-lhe as mãos com carinho, polidamente.
Os muitos não, jamais e não posso...
Peso que para baixo a levava
De tanto que pronunciava,
São substituídos pelos consigo, quero, eu posso...
Alimentada pela energia amiga,
Apoiada em novos mantras, agora positivos,
Seus atos, agora rápidos, se mostravam ativos,
E na vida, com intensidade, sorrindo, se abriga.