No espelho d'agua vi a lua
refletir o meu barco a remo.
Remei devagar, como quem
Só quer apreciar a travessia mas não quer necessariamente atravessar...
Demorando-me naquelas águas,
Eu queria aprisionar a bela lua nas minhas retinas.
Inebriar-me com o seu luar,
Mas lentamente avistei a outra margem... era imperativo atravessar.
Com o coração triste,
assim mesmo a paz existia.
A solitude que eu sentia
trazia na respiração que
tragava com nostalgia
o frescor do lugar.
Mesmo querendo só remar,
lentamente atravessei
o meu revés, águas profundas
lindamente adornadas
pela imagem da silenciosa lua.
Claudia Machado
20/8/16
Nota: Estou aprendendo que quando estamos vivendo momentos aflitivos, devemos agradecer a experiência ao invés de nos queixarmos. Quando algo que muito se quer, se vai, devemos soltar. Não criar amarras que só fazem aumentar o sofrimento. Então, o segundo título desse poema, é também a descrição do processo de atravessar a frustração, como descrito nos versos.
Let it be:
Deixa ser do jeito que é,
Não tenta se afastar disto,
Não se fixe,
Não sustente,
Não reifique.