APENAS POR UMA NOITE
A regra do clube era clara: os encontros deveriam ser únicos. Justamente por isto, Clarice e André ingressaram no grupo secreto. E agora estavam ali, frente a frente, no bar do hotel. Ao fundo, uma enorme parede de vidro emoldurava as luzes da cidade. Antes de subirem para o quarto, ele perguntou o que levara Clarice a viver aquela experiência. Mas ela se negara a contar.
André parecia contrariado:
— Por que não?
Clarice esboçou um sorriso, e respondeu:
— É uma longa história. Não temos tanto tempo.
E então os dois caminharam em silêncio até o elevador. Quando a porta se abriu, André segurou o braço de Clarice, impedindo que ela entrasse. Voltaram ao bar.
A história era mesmo muito longa. Na parede envidraçada, surgia o reflexo das primeiras luzes da manhã.