No canto que ele mesmo fez, sem canto,
Pranto sem teto de luz emprestada,
Deitado no chão, vida sem encanto,
Coração em ferida; veste de nada.
Foi tudo arrancado; goteja o imo,
Lateja a alma, riso mudo, travado,
Sem calma no liso, broto do limo,
Roto jeito, corpo desfacelado.
Tristeza; lagrima é companhia,
Sem poesia a nobreza do céu,
Noite e dia, sem firmeza ao léu.
E tem como futuro a manhã fria,
Muro, um cobertor, podridão consome,
Falta pão e amor sobra frio e fome.
Uberlândia MG
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