- TEMPO -
O tempo se esvai, assim sem substância.
Relativamente, escorre em minha mão.
Voa, se arrasta, mantém a constância.
e flui nas batidas do meu coração.
O matiz das horas modifica a vida.
Na paisagem surda destes quentes dias.
Segue corroendo a dor esquecida,
vibra orquestrando novas alegrias.
É areia que escorre pelo vidro estreito.
É calor consumado no tempo que arde,
nas horas ligeiras quando o amor é feito.
É o tempo que derrama, quando não se quer.
Morrendo o sol vermelho em um mudo alarde,
na tarde de domingo de um março qualquer.
Interação do grande amigo e Poeta Facuri, do tempo em que o meu TEMPO só tinha quatro versos e ainda era uma interação pequena no poema BUSCA dele. Se me permite, amigo, fazendo justiça e colocando a sua linda colaboração aqui, uma interação à interação.
Ainda que de ti esvaído,
quero segurar tua mão,
pois eu contigo, não há tempo perdido,
colado em teu peito, escuto teu coração!
(Facuri)
-000-
Generosa interação do Poeta Cara e Coração. Obrigada!
tempo que leva tempo
traz a doce saudade
da beleza a lembrança
momento de felicidade.
-000-
Interação do colega Stelo Queiroga que deixou a minha poesia ainda mais atraente. Obrigada!
Espero muito do tempo ...
Ele é que nunca me espera ...
Tento gravá-lo em poesia ...
Pensando em domar a fera ...
-000-
Interação do amigo Orpheu Leal, enriquecendo o meu soneto.
Um dia nasci pro mundo
Faz tempo, mas não senti
O tempo passou profundo
Nos dias que já vivi
-000-
Interação poética (linda) do amigo Jacó filho. Que bacana!
O TEMPO LEVOU
Revirando lembranças, perdi-me no passado...
Embriaguei-me na chuva do cheiro de terra...
Brinquei nas enxurradas, vi neve na serra...
Ouvi o canto das aves e comi milho assado...
Escutei a minha mãe me chamando pro café...
O caçula aos berros, pedindo-lhe o peito...
Vi pai semeado roça e fiz do mesmo jeito...
O milharal apendoado, duas espigas no pé...
A pescaria no açude era programa semanal...
Segui a pé pra escola, queria ser doutor...
Brinquei de gente grande, de casar e amor...
Comi Tapioca fria e tomei leite no curral...
Lembro estórias tolas, que Salomão contou...
Revi toda a minha vida, que o tempo levou...
Lindo, perfeito!
-000-
Interação sofisticada do amigo Estanislau. Valeu, champs.
O pássaro que passa voando
cortando o vento
a flecha desfecha
no peito do pássaro
o tempo.
-000-
Interação do sempre muito querido Poeta Olavo, tornando esta página preciosa.
Tempo de parar o relógio nas horas boas
Tempo de procurar sua escrivaninha
Tempo de curtir suas poesias
Tempo de admirar seu rosto pueril
-000-
Interação do atencioso Marcus Rios
A cada dia o tempo
Vai nos transformando aos poucos
Basta uma olhada no espelho
E logo percebemos a mudança.
-000-
Interação belíssimo em forma de soneto, do amigo novo Jair Lopes
O teu recitar é ainda mais belo
Se é que possível isso ocorrer,
que o teu poetar sobre o tempo fluir
entre letras e versos doces como caramelo.
Tua voz que encanta e desperta
E a ternura em recantos das horas a evoluir,
O tempo se esvai em batidas que a saudade aperta,
E teus olhos marejam de alegria que espero incluir
No calor consumado do amor que tua boca sorve
Em teus delírios orquestrados por gotas de sol
que em teus lábios se inserem como notas de um celo.
E as cores que enfeitam tua pele de bemois,
Não enganam toda luz vinda deste tempo a escorrer em tuas mãos
E aqui só te posso desejar muita paz e alegria entre irmãos.
-000-
Interação do amigo novo Alberto Valença Lima
O tempo é absoluto, ele não pondera
Dele podemos aproveitar, não dispor
Pensar em aprisioná-lo? Pura quimera
O seu passar, muitas vezes nos traz temor
O tempo, entidade plena, dominante
Não possui fidelidade e sequer candura
Engana-se quem o pensa ébrio, errante
Ele, determinado na sua aventura
O tempo nada teme, apenas vai embora
Nessa jornada acaba com a mocidade
Porém, ele é o sempre, o hoje, o agora
E vive entre nós, mas dorme na eternidade
Não liga pra quem sofre, ama ou chora
Ele sabe-se uma terrível potestade.
ANÁLISE DO SONETO TEMPO POR IOLANDA PINHEIRO.
- TEMPO -
O tempo se esvai, assim sem substância.
Relativamente, escorre em minha mão.
Voa, se arrasta, mantém a constância.
e flui nas batidas do meu coração.
O tempo é relativo quanto as nossas necessidades, ele passa mais rápido ou mais lento de acordo com a nossa pressa, à dor que estivermos sentindo, às horas para o término do expediente... Esta relativização do tempo é muito emocional, por isso ele pode voar, se arrastar ou manter a constância de acordo com as batidas do meu coração, ou seja, minha emoção.
O matiz das horas modifica a vida.
Na paisagem surda destes quentes dias.
Segue corroendo a dor esquecida,
vibra orquestrando novas alegrias.
De acordo com os passar das horas de um dia (quente porque estamos em Fortaleza) as minhas emoções podem variar me fazendo esquecer lentamente (corroendo) as antigas dores, que vão dando lugar às novas alegrias. O tempo tem este efeito curativo. Ele ameniza dores.
É areia que escorre pelo vidro estreito.
É calor consumado no tempo que arde,
nas horas ligeiras quando o amor é feito.
A areia que escorre no vidro estreito é uma clara referência à ampulheta. Aqui também se mostra que o tempo corre quando estamos em uma situação prazerosa. O tempo arde, ele queima ligeiro e se acaba enquanto o amor é feito.
É o tempo que derrama, quando não se quer.
Morrendo o sol vermelho em um mudo alarde,
na tarde de domingo de um março qualquer.
A última estrofe realça a brevidade dos bons momentos. Pois o tempo se derrama (se desperdiça, passa rápido) exatamente como não queremos que assim seja. Logo a tarde acaba e ali há uma referência ao crepúsculo, pois o sol fica vermelho antes de se por.
Por último, a poesia foi escrita, no final da tarde de um março. Este março de 2016.
Espero que a análise tenha ajudado na compreensão.
RECEBI COMO MIMO ESTE LINDO ACRÓSTICO DO NOBRE POETA TONY BAHIA
Infinitas estrelas tens em teus olhos, Iolanda,
O horizonte se perde em teus caminhos
Lampejo de estrelas em ninhos
Arvore que aninha passarinhos.
Nas noites, rogo aos céus
Deus nunca nos afaste dos seres
A vida precisa de viveres.
Pinheiro alto, feito araucária
Inda sorrindo dos céus
Nas formigas operárias
Hoje e sempre, serás mel.
E as estrelas nos céus
Infinitos luares sorrindo
Rogo a Deus, O Todo Poderoso
O amor que nunca será findo.