DESEJO DE VINGANÇA
Judite entrou no hotel. Eva e o sujeito atraente estavam na recepção. A secretária de Horácio escondeu-se atrás de uma coluna de mármore, e ouviu o homem pedir a chave do apartamento 518. Judite quis enviar uma mensagem para o celular do detetive, mas seu aparelho não obedecia a comando algum. Após diversas tentativas, ela decidiu ir ao encontro de Horácio. Não havia táxi por ali, o que obrigou a secretária a caminhar até o carro em que o detetive e sua ex-esposa aguardavam.
Meia hora mais tarde, Pier Paolo escutou as insistentes batidas na porta. Contrariado, ele saiu da banheira enrolando uma toalha em volta do quadril. Quando o conde italiano finalmente atendeu a porta, surpreendeu-se ao ver Martha.
— Quer saber onde sua noivinha está agora?
A ex-mulher de Horácio apontou para o final do corredor. Sem entender direito o que acabara de escutar, Pier Paolo olhou na direção indicada. Horácio e Judite estavam em frente ao tal quarto 518. Martha agarrou o braço do conde, puxando-o com força. Tudo acontecera tão rápido que ele nem sequer pensou em colocar uma roupa, e seguiu pelo corredor usando apenas a toalha. Ao notar que sua secretária olhava fascinada para o corpo musculoso — e ainda molhado — de Pier Paolo, Horácio a cutucou:
— Contenha-se, Judite.
No instante seguinte, todos entraram no quarto com a ajuda de Horácio. Afinal, em algum momento, um detetive precisaria estar pronto para abrir uma ou outra porta. O conde italiano parecia devastado ao flagrar a noiva nua, amordaçada e com os pulsos algemados à cabeceira da cama. Um grande corte na coxa da mulher ainda sangrava. Horácio examinou o cenário: não havia o menor sinal do sujeito atraente naquela suíte, nem um vestígio sequer da bolsa com o dinheiro que Eva ganhara no cassino.
NOTA DA AUTORA: Para melhor entendimento da trama sugiro a leitura dos episódios anteriores numerados por capítulos.