vi um homem
triste no espelho;
daquela tristeza
antiga, nem me
lembro porquê...
talvez por
ter amado,
por ter ficado,
enquanto ela partia.
talvez por ter partido
e feito sofrer
quem me queria.
talvez por que
o espelho minta,
e eu seja feliz,
embora sinta
essa amargura,
essa secura
na boca.
então, reajo,
já que sou
mutante,
inconstante,
reinvento-me
a cada instante.
e faço poesia,
mando a tristeza
embora, embora
ela seja teimosa
e insista
em ficar.
vou começar a
evitar espelhos.