Vai, minha poesia... rima mais um dia!
Segue entre os truncados trilhos dos caminhos.
Chora tuas lágrimas... todo o desatino!
Verseja teus versos sempre a delatar;
Toda a injustiça dessas vãs premissas...
e qualquer esperança preste a naufragar...
Lança a tua voz aos pios sem ninho,
Abre o horizonte... solta os passarinhos!
e nas tuas asas faça-os voar.
Colhe a flor cadente, já ao precipício...
e também a livra do vão sacrifício
que insistentemente... teima em a desfolhar!
Busca rimas urgentes, que num chão sem brilho,
Seguem sem poemas, são só descaminhos!
Ceifa o sofrimento das tuas veredas
E caminha firme... na plena certeza
De que a mim pudeste me tranqüilizar.
Sorve toda lágrima... todo o desencanto...
grita aos quatro ventos... todo o teu espanto,
o mesmo que insiste em me espantar!
E depois me enlaça com teus braços quentes...
num laço apertado, nunca mais ausente!
Num beijo ardente... a me acalmar.
Vai, minha poesia... raia mais um dia!
No meu coração... não há sinfonias,
há só ventania de rimas vazias...
Só um "desconcerto" a me torturar.
Hoje é mais um dia em que o sol já brilha...
Traz toda a poesia...
toda a que eu tinha!
Antes de aqui me por a chorar!
Segue pela vida... toma o infinito...
Vai de peito aberto... nunca mais contrito!
[leva para longe... tudo que eu sinto]
e depois retorna... a me eternizar...