Não!
Eu não quero lembrar dos meus tropeços...
Quanto tempo esperei que sarasse o meu dedão?
Foi descuido? Leseira? Reconheço:
eu não tinha aprendido, era o começo...
Tropecei. Já doeu... não dói mais não!
Talvez tudo o que resta é esta unha
que ensaiava cair e resistiu.
Resistiu. Tem mais fibra do que eu jamais supunha:
grande exemplo de fibra é esta unha:
ficou roxa. Inchou. Mas não caiu...
O inchaço se foi e a dor, bem leve,
me convence que logo vai passar.
Já o roxo desloca-se. Em breve
quando a unha crescer o roxo deve
vez por todas também se atenuar.
Repensando: que bom foi meu tropeço...
Um exemplo de vida, esse dedão!
Sempre é tempo de achar o recomeço;
a estrada da vida tem seu preço:
todos pagam, com juro e correção...
Melhor sorte possui quem não desiste;
quem insiste que há mais e vai buscar.
Quem às vezes tropeça mas resiste
e confia que a dor que o deixa triste
também ela tem prazo e vai passar.
Repensando: que bom foi meu tropeço...
Um exemplo de vida, esse dedão!
Sempre é tempo de achar o recomeço;
a estrada da vida tem seu preço:
todos pagam, com juro e correção...
Granja Viana, Cotia - 07/03/2015 - 15h15