Ponto de virada

Ponto de virada

Os nossos retratos de margarina,

De um tempo ainda sem volta — tão breve ida,

Põem lágrimas salgadas derretidas

Em pedaços de amor, delícia fina.

Doença: cruel ponto de virada

Na história que contávamos em dois

Um corte! De romance a drama, pois;

Quisera devorar sua dor, amada...

Escorre outra memória cristalina

Nos lábios meus — e a voz, enfurecida,

Decide não protestar contra a vida

Enfrenta a morte: “Sai daqui, assassina!”

O que mais quero é ver você curada

De resto, qualquer tudo vale nada.

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