LETRAS NA AREIA

Publicado por: Ademar Siqueira
Data: 02/08/2014
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Música - Mestre, esta mulher é pecadora. Autor: Jader Dornelles Santos Interpretação: Grupo VP
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LETRAS NA AREIA
Os escribas e fariseus trouxeram à Sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, [...] na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; Tu, pois, que dizes? João 8:3-5
 
Uma mulher apanhada em adultério é levada a Jesus. A mulher é apenas um instrumento para que os fariseus tivessem um motivo concreto para O condenar. Se Jesus a inocentasse, Ele Se colocaria contra a lei de Moisés. Facilmente a opinião popular se voltaria contra Ele. Diriam que não poderia ser um profeta. Se Ele a condenasse, estaria em contradição com a própria doutrina, baseada na compaixão. O dilema parecia insolúvel.

Jesus poderia ter confundido a situação, entrando num debate legal com os opositores, demonstrando a incompetência deles. O apedrejamento em casos de adultério era aplicado aos dois envolvidos (Dt 22:22-24; Lv 20:10). Onde estava o parceiro dela? Era ela casada? Isso deveria ser elucidado, pois a acusação deveria ser feita pelo marido. Em lugar de discutir, contudo, Ele começa a escrever. Antigos eruditos criam que Jesus traçou na poeira sobre o mármore do templo um catálogo dos pecados humanos, em particular os pecados dos acusadores da mulher.

Somente alguém que é líder de si mesmo teria a coordenação e calma para escrever numa circunstância dessas. Como insistem na pergunta sobre Sua opinião, Jesus responde com as conhecidas palavras: “Quem não tem pecado, atire a primeira pedra.” Esse é Seu imperturbável julgamento. Seu golpe é inesperado e de uma lucidez demolidora. Os homens de faces severas se aproximam e veem as letras que dançam na areia. Alguns temem o que Ele escreveu. Outros temem o que Ele poderia escrever. Ninguém os condenara a não ser a consciência deles. No que pensaram? Em seus pecados? No registro dos anjos? No julgamento final? Essa é, talvez, a única ocasião na história em que linchadores fazem uma ponte entre o ódio e a razão.

Jesus os fizera pensar: “Quem não tem pecado?” Quem pode resistir ou enfrentar um desafio dessa natureza? Jesus os autorizou a atirar as pedras na mulher, mas mudou a base do julgamento. Teriam que pensar antes de agir. Se pensássemos em Seu veredicto, veríamos uma transformação na igreja, nas famílias e nas pessoas. Quanta intransigência seria desfeita! A consciência de nossas falhas e culpa infalivelmente nos torna pacientes, tolerantes e compassivos com os outros.
 
 
Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem Eu tampouco te condeno; vai e não peques mais. João 8:10, 11

Um a um, os acusadores da mulher abandonaram a cena. Ela é deixada sozinha com Cristo. O diálogo final é fantástico. “Ninguém te condenou?”, Ele pergunta. “Ninguém Senhor!”, exclama a mulher. “Nem Eu te condeno; vai e não peques mais”, afirma Jesus. O único que poderia tê-la condenado não o fez. Não é extraordinário?

Alguns gostam de focalizar a parte inicial da frase “nem Eu tampouco te condeno” como uma justificativa ao pecado. Outros preferem a parte final, “vai e não peques mais”, como exigência de justiça própria. As duas partes da afirmação devem permanecer juntas, com a lembrança de que esse é o julgamento de Cristo, não nosso.

Não havia nenhuma dúvida quanto à culpa da mulher. Jesus não a condena, Ele a aceita. Ele não absolve sua conduta, absolve sua culpa. Ele não inocenta o ato, mas perdoa a pessoa. Jesus é mestre em encontrar ouro na lama. De um otimismo incrível em receber e transformar os culpados.

Nós temos uma enorme dificuldade em aceitar as pessoas, temendo que com isso estejamos aprovando seus pecados. Somos mesmo incapazes de ver a dor no rosto de nossos filhos quando eles erram. Temos pouca confiança. Amamos pouco. Mesmo as pessoas que mais amamos, nós as definimos para sempre em termos de suas carências, por seu passado e pelos seus desvios.

Como você acha que se sentiu essa mulher? Ela talvez tenha suspirado uma prece de gratidão. Prece que só o Espírito pode interpretar. Não sabemos o nome dessa mulher anônima, onde morava ou quem era. Mas podemos estar certos de que, depois do encontro com Cristo, ela nunca mais foi a mesma pessoa. Esse encontro havia marcado sua vida para sempre. Os olhos brilhavam porque ela havia visto e sentido o maior dos milagres. Um milagre mais belo do que todos os milagres da criação. Mais belo que o cântico de um pássaro na tempestade, mais suave que o perfume de flores no quarto de um enfermo. Mais misterioso que o brilho das estrelas. Mais maravilhoso do que a própria vida. O milagre do perdão!

Quem é você hoje? Está você do lado do dedo que acusa? Lembre-se: apenas a graça e o perdão podem fazer aquilo que nenhum outro instrumento é capaz de fazer. A graça pode transformar mesmo os que julgamos não ter qualquer esperança.
 
Fonte: CPB – A.Rodor
Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 02/08/2014
Código do texto: T4907103
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