Débil é a névoa na noite de outono
a brisa suave esvoaça os cabelos
um olhar distante pelo abandono
lúdico momento, mar de pesadelos.
Fecham-se as portas deste teu castelo
cerram as cortinas deste palco triste
só compreende que não mais existe
nas dores eternas deste teu flagelo.
Morreu de amor, nada pôde ser feito
agonizou no leito e sobre o teu peito
aquela foto suja desbotada e feia
comida pelo tempo, pelo suor das mãos
e um pobre coração que jaz sem jeito.
Morreu de amor, uma morte abismada
como estrela que com o tempo perecia
morreu de morte, em constante agonia
um amor, uma dor, uma morte anunciada.
E nas vezes que voava sobre as aguas
e sobre estas mesmas aguas, criatura!
perturbas este céu cheio de fogo.
E eu terei de viver sem você
mais parece que é como morrer
no silencio das sombras escuras.