Algum dia eu te direi
Que os teus olhos imitam
Dos planetas os movimentos
E imagens eróticas suscitam
Nos mais castos pensamentos.
Algum dia eu te direi
Que a luz dos teus olhos ilumina
Minha vida, outrora apática,
Que a tua voz é coral em surdina
Quando usas a mesma tática
Do Cyrano de Bergerac
Versificando o prazer que se anuncia
Como um milagre esperado
Do toque da tua mão macia;
Que faz badalar o sino
Da minha catedral interna
Onde em prece eterna
Vive o meu coração.
Algum dia eu te direi,
Desnudando minh’alma do escudo
Que me protege das dores do mundo,
Que o teu amor é a razão
Do sorriso que tenho no rosto,
Do perfume de flores de agosto
Que exala dos meus poros
Quando nos teus braços estou.
Algum dia eu te direi...