Estava ali, no original, com estranhas marcas. Desconfio que tenham sido causadas por lágrimas de saudade, dessas que se vertem em outonos de anos amargos e solitários.
Olhei-o com uma certa nostalgia. Olhei-o um pouco mais e percebi que fora tolice de menino imaturo. Escapou-me da mão. Não tive pressa, nem ímpeto, nem sequer alguma vontade relativamente certa de recolher. Percebi, nesse momento, que guardara a prova ao acaso, porque o que motivara aqueles versos tolos já não tinha sequer um nome ou fisionomia.
Recolhi e rasguei.
E dai?
Agora possivelmente eu tenha um espaço a mais na minha gaveta e nesse lugar pode ser que caiba outro... mas que esse venha motivado por algum sorriso; os sorrisos não costumam deixar marcas tão estranhas.
São Paulo, 20 de setembro de 2013